Emotions... Why not?

Um blog que procura ser uma viagem, à procura das emoções humanas.

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Emotions seeker...

30 novembro, 2005

Ausência


Bem, o meu blog tem pautado pela ausência de novos posts, mas eu não estou ausente, continuo sempre presente.
Pois é, as férias terminaram e o meu tempo para divagações e incursões pelas sinopses neuronais mais rebuscadas da minha pessoa vai ficando escasso, e estas vão ficando em stand by. É claro que nada passa incólume às ditas sinopses, e um dia destes, elas revolucionam-se, apoderam-se do meu cérebro, e obrigam-me a expelir mais umas quantas palavras ordenadas e combinadas com um sentido mais-ou-menos poético.
Por agora estou a viver novas experiências, o início da actividade profissional molda, e de que maneira, a nossa forma de ver o mundo e de reflectir e pensar a nossa vida.
Um conselho para todos, nunca se esqueçam de pensar, de darem uma razão reflectida e sentida às coisas, de saberem porque é que seguem aquele rumo e não outro qualquer. Tenho pensado nisso... Tento pensar no que preciso, para ser feliz. Nos sacrifícios que esse "preciso" implicam, e também se atingir o que preciso será ou não realmente recompensador. Paz, bem-estar, conforto. é o que todos queremos, lutemos então todos por isso.
Fiquem todos muito bem, e pensem muito.

27 novembro, 2005

O teu olhar...

"O Olhar

Olha para mim, nos olhos, agora...
Olha para mim, Sereno, Olhar...
Anda ver aqui, nos olhos, o mar...
Vem partir na sensação, de que vamos viajar...
Só nós dois na ilusão, de tanto amar...
Vem daí com tua mão, que eu quero acarinhar...
Vem contar-me essa visão, do teu olhar"

Madredeus

20 novembro, 2005

Duvido do amor...

Esse sentimento que nos arrasta para o desconhecido de nós, para o tão ambicionado desconhecido. Tantas vezes doentiamente arrebatador, capaz de nos virar do avesso, de nos deixar loucos, a ponto de trocarmos tudo por ele.
Esse sentimento, Capaz de nos levar a gastar num momento a vida, mesmo sabendo que no momento seguinte, vai sobrar apenas o vazio. Mas esse momento faz-nos caminhar como quem dança, sorrir como quem beija, olhar como quem deseja, fechar os olhos como quem sente tudo. Um momento...
Não deixa de ser ironicamente heróico dar tudo por um momento de amor, arriscar tudo, jogar todas as cartas de uma só vez, e ficar na incerteza do gostar e do sentir, enquanto as cartas que não são as nossas vão sendo jogadas. E perder tudo...
Esse sentimento que nos mói a alma, nos prende ao querer desmesurado, e nos atira brutalmente contra a nossa humanidade sem nos apercebermos. Traz-nos o propósito que desejámos e recompensa-nos com um sentir grandioso e autêntico. Mas só até que a vida nos apanhe à traição numa esquina qualquer para o decapitar, e nos roube tudo de novo.
E pergunto-me se amor será mesmo esse querer desmesurado que dura indefinidamente, será isso possível? É esse arrebatar que nos leva a dar tudo, que nos puxa para a nossa loucura e nos sufoca nela, e nos faz gritar só de tanto querer. E nos vicia... E vislumbrá-lo rouba-nos a serenidade, atira-nos contra as paredes a ver se nos segurámos. E se o vemos onde ele não está, caímos desamparados no chão frio, longe do conforto das defesas que criáramos, e que destruímos só de o ver, que destruímos só de jogar todas as cartas de uma só vez, que destruímos com a espera...
E ter a coragem para de corpo frio e pés gelados, negá-lo na solidão, e trancá-lo a sete chaves até que morra sufocado é o caminho para continuarmos a acreditar na nossa perdição. Aquela que nos faz encontrarmo-nos, quando perdidos em alguém que se perde em nós. E acreditar que não teremos mais de nos encontrar.
Duvido do amor, mas não deixo de ansiar por ele, e hei-de acreditar nele cegamente outra vez, até que tenha de abrir os olhos para perceber de novo de onde vem o frio que me gela o coração.
E assim digo, duvido do amor mas ele existe! Simplesmente porque sim!

16 novembro, 2005

Tão longe cheguei...

Tão longe cheguei, e tão longe estou do meu destino. Tantos passos já dei, e tantos tenho ainda para dar. De todas as vezes que o sol dá lugar à escuridão, deixo de saber que terrenos piso no meu chão. Falta-me a mão desse alguém, com quem possa dormir na escuridão completa sem ter medo. Mas durmo ainda assim, com o coração aos pulos, por saber que um novo dia nascerá.
E sigo o meu caminho em direcção ao por do sol, com a esperança de uma dia chegar aonde se põem esses sois todos os dias. Nesse dia encontrarei a luz e chegará ao final o meu desafio mais básico e absoluto. Poderei então ver os teus cabelos reflectirem cada raio de sol. Esse será o sol que trazes dentro de ti, o sol que fará com que jamais a noite volte a surgir no meu caminho. O sol que me aquecerá as mãos e o coração.
Poderá então ser nesse mundo de luz que um novo e extasiante desafio comece. O desafio do amor... Sinto-te tão longe e tão perto. O sol teima em desaparecer todos os dias, mais cedo ou mais tarde... Tento segurá-lo e correr atrás dele, mas os meus esforços são infrutíferos. Ao amanhecer desperta-me e cega-me com a sua luz. Convence-me a persegui-lo e a acreditar nele mais uma vez. Mas de todas as vezes acaba sempre por fugir-me.
Às vezes não sei que direcção seguir, fecho os olhos e sinto a força imensa que me prende ao mundo. E então continuo por um caminho aleatório, esperando que o acaso me conduza a ti. Tenho a certeza, tenho a certeza que existes! Será que não consigo ver-te, ou será que estás ainda longe. Poderás estar perto e a tua luz ser tão forte que me afasta e repele insistentemente?
É verdade que para seres a minha luz, tens mesmo de ter muita luz dentro de ti. Quando vieres, não voltes a ir embora. Estou a ficar sem fôlego, estou a deixar cair por terra os meus sonhos mais profundos. Se desistir serei apenas mais um comum mortal. Oh se todos soubéssemos da grandiosidade que encerramos em nós... Se aparecesses hoje no meu caminho, céus... se aparecesses hoje no meu caminho, toda a tua beleza se iria reflectir no que nos rodeia... Tudo seria tão belo, tão perfeito... Parece que te conheço há tanto tempo... e no entanto não és igual a mim. Por isso tenho a certeza que me aguardas. Espero que venhas ao meu encontro... Espero chegar na hora certa, ao local onde se cruzam os nossos caminhos. Lá esperarei por ti...

15 novembro, 2005

Só se vê bem com o coração...

A quem gosta de mim, digo, citando uma citação de alguém que sei que gosta de mim:

"- Ando a procura de amigos. O que e que "estar preso" quer dizer?
- E uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa
- Quer dizer que se esta ligado a alguem, que se criaram lacos com alguem.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa.
- Ora ve: por enquanto, para mim, tu nao es senao um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu nao preciso de ti. E tu tambem nao precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu nao sou senao uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser unico no mundo para mim. E, para ti, tambem passo a ser unica no mundo...
- Parece-me que estou a comecar a perceber - disse o principezinho.
- Sabes, ha uma certa flor... tenho a impressao que estou preso a ela...
- E bem possivel - disse a raposa.
(...)
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monotona. Eu, caço galinhas e os homens caçam-me a mim. As galinhas sao todas iguais umas as outras e os homens sao todos iguais uns aos outros. Por isso, as vezes aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hao-de chamar-me para fora da toca, como uma musica. E depois, olha! Estas a ver, ali a diante, aqules campos de trigo? Eu nao como pao e, por isso, o trigo nao me serve para nada. Os campos de trigo nao me fazem lembrar de nada. E e uma triste coisa! Mas os teus cabelos sao da cor do ouro. Entao, quando estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo e dourado, ha-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo..."
A raposa calou-se e ficou a olhar muito tempo para o principezinho.
- Por favor... Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas nao tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- So conhecemos as coisas que prendemos a nos - disse a raposa. - Os homens, agora, ja nao tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas ja feitas nos vendedores. Mas como nao ha vendedores de amigos, os homens ja nao tem amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que e preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- E preciso ter muita paciencia. Primeiro, sentas-te um bocado afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu nao dizes nada. A linguagem e uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo a mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, as quatro horas, as tres, ja eu comeco a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. as quatro em ponto ja hei-de estar toda agitada e inquieta: e o preco da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas e que hei-de comecar a arranjar o meu coracao, a vesti-lo, a po-lo bonito... Sao precisos rituais.
- O que e um ritual? - Perguntou o principezinho.
- Tambem e uma coisa de que toda a gente se esqueceu - Respondeu a raposa. - e o que faz com que o dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas.
(...)
Foi assim que o principezinho prendeu a si a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa
- Ai que me vou por a chorar...
- A culpa e tua - disse o principezinho. - Eu bem nao queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te por a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Entao nao ganhaste nada com isso!
- Ai isso e que ganhei! - disse a raposa.
- Por causa da cor do trigo... Depois acrescentou: - Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua e unica no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho la foi ver as rosas outra vez.
- Voces nao sao nada parecidas com a minha rosa! Voces ainda nao sao nada - disse-lhes ele.
- Nao ha ninguem preso a voces e voces nao estao presas a ninguem. Voces sao como a minha raposa era. Era uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora ela e unica no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas
- Voces sao bonitas mas vazias - ainda lhes disse o principezinho.
- Nao se pode morrer por voces. Claro que, para um trauseunte qualquer, a minha rosa e perfeitamente igual a voces. Mas, sozinha, vale mais do que voces todas juntas, porque foi a ela que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi a ela que eu abriguei com o biombo. Porque foi a ela que eu matei as lagartas ( menos duas ou tres por causa das borboletas). Porque foi a ela que eu ouvi queixar-se, gabar-se e ate as vezes calar-se. Porque ela e a minha rosa.
E entao, voltou para o pe da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa.
- Vou-te contar o tal segredo. e muito simples: so se ve bem com o coracao. O essencial e invisivel para os olhos...
- O essencial e invisivel para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tao importante.
- Foi o tempo que perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho para nunca mais esquecer. - Os homens ja se esqueceram desta verdade - disse a raposa.
- Mas tu nao te deves esquecer dela. Ficas responsavel para todo o sempre por aquilo que esta preso a ti. Tu es responsavel pela tua rosa...
- Sou responsavel pela minha rosa... - repetiu o principezinho para nunca mais esquecer.

14 novembro, 2005

A liberdade...

Hoje deixo-vos uma citação que adoro, e que sem dúvida fala por si...

"O inspector diz que estou livre. Livre estou agora, e livre estava dentro da cadeia, porque a liberdade ainda continua a ser a coisa que mais prezo neste mundo. Claro que isso me levou a beber vinhos de que não gostei, a fazer coisas que não devia ter feito e que não voltarei a fazer, a ter muitas cicatrizes no meu corpo e na minha alma, a ferir algumas pessoas – às quais acabei por pedir perdão, na altura em que compreendi que podia fazer tudo, excepto forçar outra pessoa a seguir-me na minha loucura, na minha sede de viver. Não me arrependo dos momentos em que sofri, carrego as minhas cicatrizes como se fossem medalhas, sei que a liberdade tem um preço alto, tão alto quanto o preço da escravidão; a única diferença é que se paga com prazer e com um sorriso, mesmo quando é um sorriso manchado de lágrimas."

Paulo Coelho

11 novembro, 2005

O que eu adoro...

Adoro quando sinto um arrepio de emoção percorrer-me o corpo
Adoro a forma como isso me faz sentir vivo e capaz...
A forma, como consigo sentir o meu ser de forma grandiosa
Adoro fechar os olhos, ouvir música e esperar que o mundo dos sons me conte histórias sem fim... Histórias que só eu compreendo, com personagens que só eu conheço, e com finais desconhecidos e aleatórios...
Adoro a brisa do mar e contemplar o pôr do sol...
Adoro a brisa leve da montanha que me afaga enquanto contemplo paisagens de montanhas e vales sem fim...
Adoro a simplicidade e a naturalidade de cada ser. Somos mais autênticos quando nos permitimos ser simplesmente nós próprios...
Adoro a forma como os nossos sentidos captam o mundo de luz e cor que nos rodeia... Adoro o cheiro do mar e o cheiro da terra molhada...
Adoro ser humano, e ser eu próprio com todas as capacidades que me conheço. Adoro a entrega e a cumplicidade que pode existir entre dois seres... Adoro os sentimentos, a ternura o carinho e a união. Adoro a força de me sentir quando sei ser capaz. Adoro o mundo, e apesar de tudo adoro a luta que travo por ele.
Céus... adoro os rios, as montanhas, as flores, a água, o fogo, as nuvens, o céu, as estrelas, adoro tudo aquilo em que os meus sentidos pousam quando me fazem sorrir por dentro e sentir a efervescência da vida.
Mas acima de tudo... eu adoro a força do amor...
Não adoro a solidão, nem as minhas fraquezas, nem os meus medos...
Não adoro a melancolia, nem a tristeza, nem a incerteza..
Mas essa força... Oh essa força… que torna certas as incertezas, transforma as tristezas em alegrias, a melancolia em desejo, o medo em coragem, a solidão em cumplicidade e as fraquezas... numa imensa força que abarca tudo aquilo que eu adoro e apaga tudo o que impede o meu ser de tocar verdadeiramente a alma das coisas.
E assim compreendo que apenas sou eu próprio quando amo, e apenas amo quando adoro tudo... Só conseguirei adorar tudo quando puder ver reflectida a minha alma nos teus olhos. Isso quererá dizer que a descobri e toquei em cada recanto, quererá dizer que sou finalmente e verdadeiramente dono de mim e então poderei dar-me a ti. Aí já nem precisarei mais de saber quem sou. Nesse dia abraçarei o mundo, consciente de tudo o que aprendi, consciente do quão (i)limitados nós somos, consciente do sentimento que encerro no meu coração, que espera impacientemente por ser libertado e por te envolver em plumas sonoras e sedosas, e em raios de luz, cor, esperança e alegria...

10 novembro, 2005

Tento saber...

Tento Saber... (De Nuno Guerreiro)

"Tento saber como é que vai ser, se posso viver sem ti
Tento fugir mas eu só penso, na hora em que estás aqui
Tu nunca vens e quando apareces, finges que não há nada
Deixas-me só sempre a pensar, que chegamos ao fim da estrada

Pode parecer que sou livre, mas eu estou preso a ti
Às vezes disfarço e não consigo
Mas eu só penso na hora em que estás aqui

Ligas para mim, eu vou até ai, depois dizes que não podes
Prometo que não te quero ver mais, até que tu não me largues
Não vejo ninguém vou por ai, deixo passar as horas
Chamo-te nomes grito contigo, e tu dizes que me adoras"

Pode parecer que sou livre mas eu estou preso a ti
Às vezes disfarço e não consigo
e eu só penso na hora em que estás aqui

Tento manter a calma às vezes, parece que não te ligo
Pode parecer até que te esqueço, mas só quero estar contigo
Tento dizer adeus e tu deixas, sempre uma porta aberta
Tento esconder e fujo para noite, acordo de uma directa

Pode parecer que sou livre, mas eu estou preso a ti
Às vezes disfarço e não consigo
Mas eu só penso na hora em que estás aqui"


Gostaram da letra? Experimentem a sensação de ouvir a música... emocionante... (no mínimo...)

07 novembro, 2005

Para ti...

"Emoções bloqueadas, sentimentos à flor da pele, lágrimas nos olhos, sensações de ansiedade, o desejo de ti, a certeza do nosso possível caminho, o teu sorriso na felicidade, a tua felicidade em mim, o desafio constante, a crença no infinito, o risco, a coragem perante o desconhecido, a força de ser querer e sentir, Eu e tu…
Ou talvez apenas eu… Não sei como saltaste as barreiras do meu coração. Se soubesses como me pareciam impenetráveis… Abalaste as minhas defesas, e ainda não sei dizer se isso é bom ou mau. Bem sei o quão feliz poderias ser nos meus braços, e talvez eu nos teus. É essa convicção que não me larga e que me atira desta forma contra mim próprio. Há tanta luz em nós…
É isto que a vida tem de fantástico e lindo, é a capacidade de nos surpreender, de nos dar sempre coisas novas, basta termos os sentidos despertos. Talvez seja essa a razão pela qual tenho tão pouco medo dela. É dar a cara e ir à luta. Mas nem sempre lutar é insistir na porta trancada que teimamos em abrir. Às vezes isso revela-se uma verdadeira cobardia. Coragem é saltar pelas janelas que se abrem, saltar no escuro e acreditar que se vai parar em terra firme. É essa a minha coragem e a minha crença…
Há muitas portas que nunca insisti em abrir e permaneceram fechadas. É certo que não sei se com a persistência as iria abrir, mas é certo também que se me tivesse detido nessas portas, tinha perdido tanta coisa nesta vida… Por isso sigo o meu caminho sem olhar para trás. A minha memória conta-me tudo o que preciso de saber sobre o passado, e assim permito-me ser mais eu próprio."

05 novembro, 2005

Horizonte longínquo...

E de repente é o mundo dos sons que me traz a inspiração e a certeza de que estás aí... É tão grande a força que me liga a ti que mesmo sem saber onde estás posso sentir-te ao meu lado e dentro de mim. Vejo como és dentro da minha mente, e toco-te a alma vezes sem conta. Sinto-me tão poderoso a cada vislumbre que tenho de ti, que consigo por de lado todas as insignificâncias e impotências que me conheço. O impossível passa a ser natural e acessível. Os horizontes perdem os limites, e já nem o azul do mar, bem lá ao fundo, é um limite. O meu horizonte longínquo és tu, serás sempre tu, nessa nuvem, com a cor misteriosa das estrelas, que te envolve sedosamente enquanto aguardas pela minha chegada. É tão grande este universo que receio nunca te encontrar, receio ficar sozinho, perdido no meu amor solitário, nos meus anseios, e nos sonhos grandiosos que tenho para nós. Perdido na força irrepreensível que tenho dentro de mim e que sinto que só tu podes libertar...
Mas quem és afinal? Porque olho em volta e te procuro em todas as mulheres, sem nunca ter nenhum vislumbre de que possas ser verdadeiramente em alguém, quem tu és em mim. O que falta às pessoas, ao que é terreno, ao que separa os sonhos da realidade? Vejo-o em ti e não o vejo no mundo palpável, no mundo em que estou quando os sons da melancolia e da nostalgia deixam de atravessar os meus ouvidos. Quando o meu cérebro volta a concentrar-se nas coisas mundanas... deixo logo de saber onde te encontrar...
Quero transportar-te para tudo o que é mundano, colocar-te na minha realidade crua e dura. Sentir-me voar neste mundo de loucos, ver a beleza infinita em cada pedaço de terra. Sentir a felicidade em cada inspiração. Sentir a energia do amor que terás para me dar. Sentir que contigo a meu lado cada momento é eterno. Fazer com que a minha e a tua alma caminhem de mão dada, lado a lado, nem que seja em direcção ao abismo, porque sabemos voar... E quero voar contigo para todo o lado, levar-te a cada recanto de mim. Mostrar-te e dar-te as minhas alegrias, deixar que cures as minhas mágoas e tristezas. Sentir-me de novo capaz de sentir e amar na plenitude. Poderás trazer-me isso de novo?
Os vislumbres que tenho de ti parecem tão reais e ao mesmo tempo tão efémeros, tão inalcansáveis... Às vezes o medo apodera-se de mim... é um medo nostálgico e aterrador porque é um medo silencioso de conformação. Um medo estático de tudo, sem emoções e sem tristezas, um medo frio que me gela o coração e parece prender-me só ao que é mundano, com correntes de aço.
No glorioso dia em que voltar a encontrar-te, no dia em que voltar a sentir a pureza da felicidade e dos sentimentos dentro de mim, serei o homem mais feliz de entre todos os homens felizes. E nos teus braços serei verdadeiramente feliz, sentirei o exacerbar das emoções e ter-te-ei presente também naquilo de mim que é perfeitamente mundano. E tudo o que é real terá um novo significado profundo e intenso. És parte intrínseca da minha alma quando fecho os olhos. Mas quando os abro de novo não consigo alcançar-te na dureza de cada palmo de terra. Quero-te, vem ter comigo, pois sei que me anseias tanto como eu a ti. Não sei como alcançar a tua mão meu amor. Estende-me a mão que te estenderei a minha, com a promessa inabalável da verdadeira felicidade.
Porque tardas em chegar? Às vezes penso que a tua existência pode ser apenas um espelho da minha. E se a tua alma é a minha... como poderei ter a certeza que a tua alma habite um outro corpo que eu hei-de encontrar... ? É bom sentir-te e ter a convicção absoluta de que existes... Mas quero tocar-te amor... quero beijar-te... quero fazer amor contigo, quero olhar os teus olhos, quero as coisas insignificantes mas profundas da realidade... Meu amor quero sentir o teu cheiro no meu corpo, sentir o calor do teu ombro enquanto nele choro de felicidade. Quero beijar os teus olhos, escrever o teu nome na espuma do mar. Quero ver contigo o luar e as estrelas e escrever coisas lindas, como esta, apenas para ti. Quero ser a tua alma, quero-te para que sejas a minha mulher. Quero o culminar das emoções humanas... quero-nos a nós em cada recanto dos nossos seres.
Volta amor... volta, ao seio que viu despertar o teu olhar, à alma que te encheu de lágrimas os olhos, às mãos que te limparam as lágrimas, aos lábios que te beijaram os olhos, aos braços que te abraçaram sempre que tiveste medo...
Volta amor.. volta...

03 novembro, 2005

Sexo drogas e Rock and roll!

Uma expressão que caracterizou claramente algumas das gerações passadas… Será que ainda se aplica aos dias de hoje?
Qualquer jovem sabe muito bem que não. De facto a juventude de hoje demonstra claramente que esta é uma expressão completamente fora da realidade. É que, enquanto o Rock and roll sai de moda, esta expressão perde todo o seu sentido. Claro que outros tipos de sons começam a triunfar… mas a questão é… Então e o resto? Sexo, drogas? Uma banalidade…
Então em que ficamos? A juventude de hoje procura gozar a vida ao máximo, levar as emoções ao rubro, os jovens querem ser autênticos, ser eles próprios, sejam quais forem as consequências... É o que dizemos…
Mas, será esta a realidade? Gozar a vida ao máximo… claro que a banalização do que diz respeito a tudo o que é a sexualidade ajudou neste propósito. Muitas vezes perdemos é a noção desse máximo, e na volta ficámo-nos pelo mínimo… Emoções ao rubro? Adrenalina, álcool, energia, loucura, ressaca… Mas, afinal, será que ainda sabemos o que é a emoção? Autenticidade… num mundo em que as sub-culturas triunfam de forma avassaladora entre os jovens, falar de autenticidade é a mesma coisa que falar de ideias diferentes. É mesmo isso que interessa, ideias diferentes, o espírito crítico fica eventualmente para uma próxima geração.
A juventude tem o seu verdadeiro sub-mundo onde o que é fashion e está na moda assume a preponderância que conhecemos, Claro que qualquer sinal é bom para nos distinguirmos uns dos outros e mostrarmos a nossa autenticidade. Óculos de sol na testa, cabelo penteado para a frente dos olhos, corpos tatuados e repletos de piercings, roupas muito largas, cabelos propositadamente despenteados. E claro… há aqueles que se dizem “normais”, e não adoptam sinais distintivos. O problema é que no meio de tudo isto, normalidade torna-se um conceito muito abstracto. E depois, gostamos tanto de nós próprios que estamos constantemente a pensar o que devemos mudar em nós…Somos a geração da ânsia de viver, da insatisfação constante, dos extremamente gordos e dos extremamente magros… A geração dos excessos e dos extremismos, e ainda assim, a geração daqueles que nem querem ir nem querem ficar.
Consideramo-nos os jovens da liberdade… Na verdade, somos os jovens da autenticidade seguidista, a geração que desmistificou a sexualidade e guardou na gaveta os sentimentos, a geração da loucura. Temos tudo para ser felizes, é o que todos dizem… Mas, seremos também a geração da felicidade?
Felicidade, bem-estar, alegria, vontade de viver... Bem, pensando melhor, a proliferação das drogas, o sexo pelo sexo, a loucura e a ressaca da loucura, as emoções ao rubro… ou talvez não, o atropelo dos ditos bons valores… À primeira vista parece que estamos a falar de realidades diametralmente opostas… Contudo, aos nossos olhos não é bem assim. A felicidade, ou o que se lhe queira chamar, procura-se momento a momento. Quase sempre se procura e não se encontra, mas que interessa isso? Os momentos sucedem-se e também as oportunidades… Somos então uns optimistas acomodados, cegos, felizes mesmo com a ausência, só porque o relógio não para. E assim demonstramos ser uns comuns seguidores da verdadeira e banal condição humana. Constantemente à procura do que queremos onde não o encontramos…
No entanto, temos o grande mérito de conseguirmos ser quase felizes, num mundo que vive de aparência e materialismo. E essa responsabilidade, não nos pode ser imputada a nós. Quero dizer… quase podemos considerar-nos uns heróis… Em boa verdade somos a antítese dos verdadeiros heróis. Mas não deixa de ser heróico partir duma realidade miserável, chegar a uma realidade ainda mais miserável, e ainda assim ser-se capaz de falar em felicidade.
Representamos uma verdadeira revolução de mentalidades. E apesar de parecermos ser a antítese do altruísmo, temos os nossos flashes de solidariedade. Afinal, qual é o jovem que se recusa a ajudar a velhinha a atravessar a passadeira?
Há quem diga que desvirtuamos tudo. Amor, carinho, amizade, compaixão, solidariedade, são expressões que as vezes parecem perder o sentido na nossa realidade. Mas o que interessa isso se vivemos numa realidade completamente ilusória? Viva a ilusão!

02 novembro, 2005

Humor...

Ora bom, à primeira vista o meu blog está a tornar-se uma coisa muito séria.
Como rir é sempre o melhor remédio, hoje tou a postar apenas para lembrar, que rir também é emoção. Aliás, tudo é emoção se a alma não é pequena. Pelo que o deambular da emoção é constante em nós, em tudo o que fazemos e sentimos, desde o rir ao chorar...
Portanto, não fiquem a pensar que este vai ser um blog constantemente a apelar aos sentimentos que nos tocam mais fundo. Afinal a emoção abarca tudo.
Afinal, rir e sorrir, são as melhores coisas do mundo... Quer dizer, não só mas também... eh eh eh vocês sabem do que é que eu estou a falar...
E pensam vocês, "o que tu queres sei eu..." mas não sabem...
E quem disse que as pequenas coisas do quotidiano não são emocionantes? O segredo duma existência feliz está precisamente na intensidade com que vivemos o nosso dia a dia.
Assim sendo, deixo aqui a minha caricatura "académica
".
Penso que materializa bem a minha ideia. Os amigos da faculdade ficam mais longe mas continuam nos nossos corações, fica a saudade do mundo académico, dos professores (de gozar com eles...), das bocas entre amigos. Fica a nostalgia, e ainda assim sobra espaço pra rir e sorrir com tudo isso.

Pois então, fiquem bem e (sor)riam muito!

01 novembro, 2005

Amor é emoção...


Porque o amor é emoção, não só mas também...

Esta é a minha forma de homenagear um grande poeta do amor... Alguém que admiro... Talvez uma forma de tocar a alma daqueles que se distanciam dela, uma forma de nos aproximar a todos pelos sentimentos, pela sensibilidade, pelas emoções... Verdadeiros poemas são os que se seguem e que tocam verdadeiramente a alma... Fazem-nos sentir pequenos e grandes, porque essa força todos a temos, mas nem todos a gastam. E quem a gasta espanta-se... porque é força que provém de fonte infinita...


Morreu o Poeta do amor, mas o amor permanece...
Adeus
"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos eram realmente
peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus. "

Madrigal

"Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor."

Frente a frente
"Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!"