Emotions... Why not?

Um blog que procura ser uma viagem, à procura das emoções humanas.

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Emotions seeker...

31 janeiro, 2006

Há-de subir a maré...


Mais uma vez é so a praia que me separa do meu mar. Mais uma vez parece que só os derradeiros passos não foram dados e esmureço de cansaço, caio inerte na areia branca, pálida, quente. Corre do mar a aragem que me afaga a alma e arrefece o corpo que ama. Há-de subir a maré e há-de o mar levar-me inerte para o seu leito, para me gelar de novo. E hão-de as ondas levar-me a terra firme de novo. E hei-de calcar a areia em que agora me deito, hei-de sentir o seu calor em mim e hei-de entrar nesse mar pelo meu próprio pé, erguido, ciente da força do meu ser e da felicidade que abraço contigo. E há-de a água do mar molhar os nossos pés, e beijar-te-ei nesse momento. Serás minha nesse mar, será nosso o mar, seremos nós o próprio mar, sê-lo-emos nas gotas que nos salpicam as mãos, dadas, num abraço inquebrável... Hás-de sentir o meu mar nos beijos salgados que vamos trocar, hás-de fechar os olhos pra tos beijar e hás-de reabri-los com a certeza de que somos só um. E isso há-de acontecer, ainda que seja num sonho já desfeito, ainda que seja numa realidade adulterada, inatingível, isso há-de acontecer...

21 janeiro, 2006

O patinho feio...

Era uma vez um patinho, que como tantos outros nasceu depois de dar a bicadinha na sua casca. Ao seu lado, mais patinhos quebravam a casca e despertavam para a vida. Começava a sua aventura e tudo estava ao seu alcance. No meio de tantos patinhos, havia um que era diferente, vamos então chamar-lhe o patinho feio. Aparentemente esse patinho era exactamente igual aos demais, mas no seu íntimo ele sabia ser diferente. Talvez lhe devêssemos chamar o patinho lindo, e era-o. Mas aos olhos dos demais o patinho era feio porque era diferente. Não se amontoava com os outros para comer desenfreadamente, nem se pavoneava enquanto abanava as penas do rabinho. E muitas vezes, em vez de chafurdar no lago, ficava a observar o que estava para além dele. Podemos dizer que era um patinho com horizontes, gostava de ficar a olhar as montanhas. As suas necessidades passavam por mais do que abanar o rabo, chafurdar no lago e comer. Até a mamã do patinho achava estranho o seu comportamento.
Mas esse patinho tinha um dom. Todos o olhavam de lado, mas todos o admiravam secretamente pela sua coragem de olhar para além do lago, e para além das penas do próprio rabo. Aliás ele nem se preocupava com elas apesar de serem belas e sedosas.
O patinho não compreendia. Todos os dias eram iguais para os seus pares, procurar comida, pavonear-se um pouco e chafurdar no lago. O patinho insistia em olhar para além das montanhas e achava que havia mais patinhos como ele, mas que pelas mais diversas razões fingiam ser iguais aos outros. E assim continuavam a chafurdar alegremente no lago todos os dias.
Mas o patinho feio acreditava em sensações mais intensas e profundas do que chafurdar. Convenceu-se que as asas que tinha e que aparentemente não serviam para nada tinham de ter alguma utilidade. Acreditava que as asas tinham de servir para ir ver os seus horizontes. Então em vez de chafurdar no lago e dar uso às suas patas, decidiu experimentar as suas asas.
O patinho feio aprendeu a voar, a custo claro, mas aprendeu a voar. De cada vez que o fazia voava tão alto... e nunca tinha medo de caír. Mas caia muitas vezes. Ficava triste, mas não desistia de voar de novo.
Muitos dos demais continuavam a olhá-lo de lado, mas secretamente admiravam-no. Alguns, os mais corajosos tentaram voar também mas desistiram à primeira tentativa. De cada vez que regressava ao solo, pensava se seria possível voar sempre, sem ter de voltar a terra. A exaustão era mais forte que ele. O patinho feio mantinha-se solitário e nostálgico apesar de já ter ido mais longe que qualquer outro patinho da sua espécie. Afinal era o único que sabia voar.
Mas ele queria ir ainda mais longe, gostava de poder voar acompanhado, mas acima de tudo, gostava de voar.
Aparentemente, para os outros patinhos isso não era visto como uma grande proeza, eles nunca tinham reparado nos horizontes que os cercavam, loucos que estavam por chafurdar no lago e abanar o rabo. Mas no fundo todos gostariam de saber voar... E no fundo estava ao alcance de todos aprender a voar.
E assim enquanto os seus pares continuaram a chafurdar no lago, abanar as penas do rabo e comer desenfreadamente. O patinho feio voava e seguia em busca do seu querer, ainda que não soubesse onde iria parar a cada voo, ele sabia que o seu querer ainda não tinha sido atingido, e se não morresse feliz haveria de morrer a tentar sê-lo. Mas ele sabia que não poderia ser feliz a chafurdar no lago, nem a abanar as penas do rabo. Nem acreditava que os demais fossem felizes assim.

17 janeiro, 2006

Mas sopra o vento...


Apaga-se o lume...
Ficam as brasas
Apagam-se as brasas
Ficam as cinzas
Sopra o vento
Espalham-se as cinzas
Reacendem-se as brasas
Acende-se o lume...
Mas sopra o vento...
E o lume apaga-se de novo

09 janeiro, 2006

If you believe in love, i believe you...

Diz-me no que acreditas e dir-te-ei como pensas e concebes o teu mundo...
Mostra-me os teus actos e dir-te-ei quem és e serás...
Age de acordo com o que acreditas, só assim serás feliz...

02 janeiro, 2006

Ao virar da esquina...

Começa assim...

"Encontrei-te no flash de um simples olhar perdido... Primeiro o espanto: Não! Não pode ser! Depois o primeiro pensamento: há qualquer coisa em ti...
Depois é a convicção que chega... Tenho de perceber o que me atrai em ti afinal e não vai passar do dia de hoje. De cada vez que me lembro da expresão no teu rosto, da suavidade com que te moves, da simplicidade e delicadeza do teu sorriso, é instintivo dizer: "que mulher tão linda" e acredita que é raro dizer algo como isto, muito raro. Pra mim a reciprocidade é tão só uma das coisas que mais valorizo. Interroguei-me se na altura sentiste a mesma magia, só de as costas da minha mão tocarem ao de leve a tua...
Os meus instintos dizem-me tanto de ti, e normalmente confio neles. Eles não costumam enganar-me. A melhor maneira de explicar talvez seja dizer-te que a tua presença arrasa com a normal banalidade com que vejo a generalidade das pessoas, desde o primeiro gesto vi tudo em ti menos banalidade."