(Des)ilusão
Transborda-me alegria pelos poros. Procuro o meu bem-estar em cada olhar. É talvez altura de largar definitivamente o Porto em que ainda estão as amarras. Sim porque eu já me fiz ao mar, só deixei as amarras. É hora de deixá-las para trás.
Podes lança-las por mim ao mar, mas não te prendas nelas.
Custa ver os destroços que ficam para trás, as palavras do que não se foi, as palavras que transmitiam sentimentos perecíveis ao momento. As sensações presas apenas ao desejo de ser.
O que se diz e não se sente, o que se sente mas só dura por um momento, o que se sente mas não se marca na realidade. É isso que fica, a desilusão de ver desmoronarem-se os horizontes, a traição dos instintos, a desilusão, a incompreensão, e outra vez a traição dos instintos.