Emotions... Why not?

Um blog que procura ser uma viagem, à procura das emoções humanas.

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Emotions seeker...

31 outubro, 2005

Emoções na alma...

Porque as emoções vêm da alma...

Não sei quantas almas tenho

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que eu sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu"?
Deus sabe, porque o escreveu."


The emotion of the soul...
Talvez a imagem da alma, seja a imagem que nos
visita em algumas noites, por segundos,quando
antes de adormecermos, e com os olhos fechados,
observamos a escuridão original, bem no fundo
da visão que as pálpebras negam.


"You cannot lift another soul until you are standing on higher ground than he is... You cannot light a fire in another soul, unless it is burning in your own soul..."
So... let's just take the burn of our souls, into our hearts...

Tenho dito...

Estar e não ser...


É na repetição de cada pensamento e de cada gesto que buscamos a nossa originalidade. E torna-se difícil ser original, quando já nos conhecemos a nós próprios. Mas tudo o que nos rodeia, está repleto duma originalidade, que embora repetida, não o é para nós. Temos tanto para apreender, e tantas vezes nos deixamos ficar pelo mais pequeno, e pelo que julgamos ser o mais sóbrio de nós. Pois venha a mim o que não é sóbrio, venha a loucura de ser tudo menos o que sou, para que volte a mim e me veja ainda em mim, mas original de novo, por ser tão igual e tão diferente. É tão fácil existirmos, e tão difícil sermos.
E a apetência para nos aborrecermos de fazer sempre as mesmas coisas, é o caminho para a nossa auto-descoberta. Libertarmo-nos daquilo que em nós é errado e surgiu sem sabermos como. Sermos capazes de racionalizar a nossa existência até ao limite, perceber as nossas carências e as nossas necessidades de forma objectiva. Sabermos que com essa noção, racionalizando tudo, poderíamos ser autónomos. E ainda assim, depois de tudo, ansiar pelo sentimento, pela saudade e pelo afecto, e saber que a razão desaparece, e que a emoção não solicitada é sempre transcendente, Pois é como a necessidade que nos bate à porta, mas que nunca entra quando a abrimos. É a necessidade que nos bate à janela em dias de tempestade, mas que só nos invade quando sem os convidarmos, nos entram raios de sol pela manhã. E se soubermos com a razão, o que é melhor para nós, aumentamos o tamanho dos braços do nosso coração. E podem abraçar coisas tão grandiosas esses braços… coisas cheias, para encher o coração e então talvez esquecer a razão.
E se a razão é um instrumento para nos conhecermos a nós próprios, não é menos verdade que só nos braços de alguém nos podemos conhecer. Pois há emoções que a razão desconhece e é por isso que se esconde às vezes, esperando que a substitua a loucura. E a loucura aponta-nos um caminho que nos parece tão diverso… De novo volta a razão, e o passado, e aquilo que somos sem querer, e voltamos a pensar de novo as mesmas coisas, esquecendo a porta que nos abriu a loucura. E a loucura permanece amando a razão, pois podemos ser racionalmente loucos. Mas a razão, solitária permanece, pois não pode ser louca. Seguimos o caminho, e neste duelo desequilibrado, poucas vezes a loucura vence. E quando ela vence, chama a razão a si e pede-lhe que a acompanhe. Talvez seja esse o caminho da felicidade. A razão segue a loucura, a loucura fala-lhe da emoção e procura-a por todo o lado. Então a razão orienta a loucura em busca da emoção, a loucura perde a cegueira e compreende o que realmente importa… talvez então, a felicidade…