Emotions... Why not?

Um blog que procura ser uma viagem, à procura das emoções humanas.

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Emotions seeker...

15 novembro, 2005

Só se vê bem com o coração...

A quem gosta de mim, digo, citando uma citação de alguém que sei que gosta de mim:

"- Ando a procura de amigos. O que e que "estar preso" quer dizer?
- E uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa
- Quer dizer que se esta ligado a alguem, que se criaram lacos com alguem.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa.
- Ora ve: por enquanto, para mim, tu nao es senao um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu nao preciso de ti. E tu tambem nao precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu nao sou senao uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser unico no mundo para mim. E, para ti, tambem passo a ser unica no mundo...
- Parece-me que estou a comecar a perceber - disse o principezinho.
- Sabes, ha uma certa flor... tenho a impressao que estou preso a ela...
- E bem possivel - disse a raposa.
(...)
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monotona. Eu, caço galinhas e os homens caçam-me a mim. As galinhas sao todas iguais umas as outras e os homens sao todos iguais uns aos outros. Por isso, as vezes aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hao-de chamar-me para fora da toca, como uma musica. E depois, olha! Estas a ver, ali a diante, aqules campos de trigo? Eu nao como pao e, por isso, o trigo nao me serve para nada. Os campos de trigo nao me fazem lembrar de nada. E e uma triste coisa! Mas os teus cabelos sao da cor do ouro. Entao, quando estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo e dourado, ha-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo..."
A raposa calou-se e ficou a olhar muito tempo para o principezinho.
- Por favor... Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas nao tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- So conhecemos as coisas que prendemos a nos - disse a raposa. - Os homens, agora, ja nao tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas ja feitas nos vendedores. Mas como nao ha vendedores de amigos, os homens ja nao tem amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que e preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- E preciso ter muita paciencia. Primeiro, sentas-te um bocado afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu nao dizes nada. A linguagem e uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo a mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, as quatro horas, as tres, ja eu comeco a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. as quatro em ponto ja hei-de estar toda agitada e inquieta: e o preco da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas e que hei-de comecar a arranjar o meu coracao, a vesti-lo, a po-lo bonito... Sao precisos rituais.
- O que e um ritual? - Perguntou o principezinho.
- Tambem e uma coisa de que toda a gente se esqueceu - Respondeu a raposa. - e o que faz com que o dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas.
(...)
Foi assim que o principezinho prendeu a si a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa
- Ai que me vou por a chorar...
- A culpa e tua - disse o principezinho. - Eu bem nao queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te por a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Entao nao ganhaste nada com isso!
- Ai isso e que ganhei! - disse a raposa.
- Por causa da cor do trigo... Depois acrescentou: - Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua e unica no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho la foi ver as rosas outra vez.
- Voces nao sao nada parecidas com a minha rosa! Voces ainda nao sao nada - disse-lhes ele.
- Nao ha ninguem preso a voces e voces nao estao presas a ninguem. Voces sao como a minha raposa era. Era uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora ela e unica no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas
- Voces sao bonitas mas vazias - ainda lhes disse o principezinho.
- Nao se pode morrer por voces. Claro que, para um trauseunte qualquer, a minha rosa e perfeitamente igual a voces. Mas, sozinha, vale mais do que voces todas juntas, porque foi a ela que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi a ela que eu abriguei com o biombo. Porque foi a ela que eu matei as lagartas ( menos duas ou tres por causa das borboletas). Porque foi a ela que eu ouvi queixar-se, gabar-se e ate as vezes calar-se. Porque ela e a minha rosa.
E entao, voltou para o pe da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa.
- Vou-te contar o tal segredo. e muito simples: so se ve bem com o coracao. O essencial e invisivel para os olhos...
- O essencial e invisivel para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tao importante.
- Foi o tempo que perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho para nunca mais esquecer. - Os homens ja se esqueceram desta verdade - disse a raposa.
- Mas tu nao te deves esquecer dela. Ficas responsavel para todo o sempre por aquilo que esta preso a ti. Tu es responsavel pela tua rosa...
- Sou responsavel pela minha rosa... - repetiu o principezinho para nunca mais esquecer.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Seu lindo =)***

12:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gosto de você

Fran - Guarulhos/SP - Brasil

10:18 da manhã  

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